Miacoutando em Miacoutês

Anoitecia. A cacimba vinha caindo na mulata, que roliça passeava mais as nudezas que roupezas, tanto era o calor que fazia naquela tarde bemprazeira de final de Verão.

José Lemos Beleza, mais conhecido em Cidade Tigreza, por Ti-Zé LemBê, não era velho babão, mas não resistia a ficar de queixadas caídas sempre que Leolontina Bendita, passava em frente à porta de sua casa.

Lôlô, sabia do efeito que tinha nos homens, mas apesar dos seus 16 anitos, viveu desde os cueiros com sua avô e a sua cabeça era muito madura, embora ainda fosse menina-moça.

Sempre que a via passar, o velho perguntava à dezasseisanista:
- Não se cansa carregando tanta beleza?
- Lôlô respondia: Beleza é que nem doença, ou se morre dela ou esperemos que passe. Com a idade ela vai embora e fica-se curado. Logo quem vai tendo saude vai chegando a velho e vai chegando a feio. E isso é que ser saudavel, por isso vamos ficando mais leves com a idade.

O velho ficava calado enquanto ela ia segundo o seu caminho e ondolava as roliças coxas.

À noite... sonhava com ela.

Nota:
Isto são os efeitos de ter acabado de ler "Venenos de Deus, Remédios do Diabo"
Para ser mais Miacoutês, tinha que ter mais palavras que não existem nos dicionários, em geral adaptadas de outras existentes mas com terminações diferentes, transformações entre verbos, nomes e adjectivos. Teria também um estrangeiro inadaptado à vida em Africa, muitas frases sentenciosas, daquelas que se ganham com a sabedoria da idade e da contemplação do mundo. Um jogo entre a verdade e a mentira, da qual não saberíamos qual a legitima. Algumas palavras em dialecto e um ritmo de saborear a vida, que só os africanos têm e nós europeus invejam...
Finalmente uma carga de magia e erotismo, mais ou menos explicito...Fetiche? Isto recorda-me ter ouvido o Júlio Machado Vaz dizer que entre outras coisas que os portugueses deram ao mundo foi a palavra Fetiche. Uma deturpação por parte dos Franceses, Ingleses e Holandeses da palavra FEITIÇO.
Resumindo o Mia Couto também deve ter um fetiche por rapariguinhas... Mais interessante do que isso só a tara do "José Rodrigues dos Santos" pela aluna Sueca. Veja-se o momento "autobiográfico" do "codex..."

Nothing sweet about me

Ainda não tinha ido por aí... por aqui quero eu dizer.
Pelo passatempo favorito dos portugueses, das comadres, das alcoviteiras, das beatas de pau oco, dos santos de pés de barro, dos telhados de vidro (e dos lugares comuns...)
Isto tudo para falar Mal.
Podia reiniciar esta entrada com o titulo:
Hoje estou odiando.
Posso só começar pelo meu ódio de estimação (de sempre) na pintura:
Que merdas são essas que garatujaste Miró Miró!
Maior é a arte da sopeira com o pano do pó!
Mas continuo... pela música:
Foi bicho, foi o bicho. Estava farto de ser devorado pelo animal da estupidificação total.
Depois foi o Morango (o do nordeste) de todas as formas e feitios, nem com adoçante havia forma de engolir aquilo... Era a náusea total! Pior era quando tinha alguém no grupo que gostava tanto do assunto que oferecia cópias piratas do CD de tal barbaridade, como se estivesse a divulgar um pitéu musical!!
Mais recentemente Tony Carreira! Porque é que há gente, minimamente culta, que adora o dito e até foi ao Atlântico. Eu sei que do ponto de vista deles a musica que eu oiço é bastante depressiva. Até é. Mas não vou falar nos meus gostos. Eu impinjo-os moderademante. Já o que não gosto... :-)
Eu que não gostava de musicas "Festival da OTI alike", vulgo latino americana, passei por reacção a gostar de uma musica quando descobri que a mesma era o original do "Depois de ti" "Despues de ti que". Procurei no YouTubi:
http://www.youtube.com/watch?v=7DMJH-c1BNQ
Vale pelo instrumental, a mi el castellano mi encanta e basta não ser o Toni a cantar.
Hoje o que me faz mesmo mudar a rádio no carro são duas musicas de duas cantoras, supostamente numa onda pós Amy Winehouse. Separando a arte do artista, uma vez que a primeira, pelo andar da carruagem vai durar mais que a segunda.
E os ódios de estimação vão paaaara:
Gabriella Cilmi - 'Sweet About Me'
e Duffy - 'Mercy'
I´m begging for mercy para não estar a ouvir a voz remeloza da primeira ou os gritos estridentes da segunda Yah Yah
Mais do que isto é publicidade.

Clima -Simulador da subida dos aceanos

Para quem se precupa com estas coisas.
Para quem não se preocupa mas ainda vai a tempo de começar...
Fica em baixo um link para um simulador de subida dos oceanos que achei na science et vie on-line.
"Divirtam-se" a ver a extenção do desastre, que ao que parece não é so ficção cientifica:
http://mondedurable.science-et-vie.com/quand-la-mer-monte/
Podem ler também a revista. Quem não percebe francês pode ver só os bonecos.

Dietas, Ginásios e Musica

Todos sabem, o pico de actividade nos ginásios é na primavera. É o acto de contrição dos exageros dos meses anteriores face à consciência que com o calor do Verão, há menos roupa e mais maleitas à mostra. Também há a dietazita, que normalmente é mais intenção do que concretização, os CLA's, os chá verdes, os medicamentos contrafeitos do Brasil....
Sempre tive uma relação céptica com as dietas... já com os ginásios... Frequento um, mas encaro-o como uma substituição ao psiquiatra: O corpo está cansado, a mente não tem energia para esparvejar. Se adicionalmente perder um quilo ou dois é ouro sobre azul. Os neurónios arejam e como há menos gases no cérebro, ele não coze!!!

No revista do DN de Domingo escrevia a Maria Fernanda Câncio sobre ginásios. Falava ela do nivel sonoro, da musica em altos Berros. Eu também não percebo o conceito? ~Quando lá vou quero fugir da barulheira diária do trabalho, mas insistem em bombar-me com musica em altos berros.
Há dias em que não me apetece lá ir por causa disso.
Imagine-se o nível sonoro de uma aula de suposto relaxamento que mistura Pilates e Ioga e tai-chi, já para não falar de RPM (cicling) ou Pump/aerobica e o que têm que gritar os instrutores par se fazerem ouvir...
Aquilo não é uma discoteca. Repitam comigo D I S C O T E C A, é um Ginásio, repitam SFF G I N A S I O. Obrigado! Como vêm são duas coisas diferentes. Acredito que como os Djs os instrutores com o hábito também sofram de alguma forma de surdez.. e como é difícil explicar que há uma barreira entre o prazer e a agressão auditiva!!!